05/12/2010

Conheça as Patrulhas Especiais, a Tropa de Elite gaúcha

Conheça as Patrulhas Especiais, a Tropa de Elite gaúcha


Correio do Povo acompanhou um dia de treinamento da unidade do BOE. Veja as fotos




Crédito: Alexandre Mendez

O Correio do Povo acompanhou na última terça um treinamento das Patrulhas Especiais (Patres), que pertencem ao Batalhão de Operações Especiais (BOE). De janeiro até novembro deste ano, a unidade apreendeu quase meia tonelada de drogas, exclusivamente em Porto Alegre. Para ingressar na equipe é preciso forte preparo físico e emocional.



Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), no Estado inteiro, no período de janeiro a outubro, as apreensões de drogas da Brigada Militar e da Polícia Civil atingiram, juntas, quase seis toneladas. As Patres participaram de quase 1% desse total. A unidade tirou de circulação, também nos 11 primeiros meses desse ano, 140 armas ilegais, a maioria com a numeração raspada, além de ter recapturado 53 foragidos.



Criada em 1997 pelo então secretário José Fernando Eichenberg, em substituição às Patrulhas Tático Móveis (Patamo), quando 1º, 9º e 11º BPMs cederam três oficiais para a nova corporação, começando a agir daquele momento em diante. No entanto, as Patres sofreram um revés em 2000, no governo de Olívio Dutra, quando foram desativadas por um ano. Retornaram em 2002, como um pelotão do Batalhão de Operações Especiais (BOE), para em 2005, transformarem-se em Companhia.



Atualmente, de acordo com o comandante da unidade, major Francisco Vieira, 40 anos, a Companhia conta com 49 homens, em 10 viaturas que cumprem missões em favelas e morros da cidade. "Nosso lema é força e honra", afirma Vieira. "É chegar no local, dominá-lo e, se possível, sem tiros, saindo logo após cumprir a missão".



A sede fica no pátio do BOE, em uma casa de frente para a rua do Presídio, no Partenon. O local conta com sala de musculação, além de uma peça para reunião. Logo na entrada, à esquerda, uma sala serve para traçar planos de ação e estudo das próximas, onde estão os dados das Patres.



Escaninhos com dossiês de cada vila de Porto Alegre, com estatísticas criminais, ocorrências mais comuns e descrição de alguns dos marginais mais conhecidos estão em dois armários. A Companhia também participa de missões consideradas de alto risco, como apoio à Susepe, na escolta de presos perigosos. "As reuniões são feitas para traçarmos um rota que as equipes devem fazer", conta Vieira. "Mas não é algo estanque, pois pode surgir alguma outra ocorrência que seja necessário o nosso apoio, mudamos o rumo".



No entanto, não é fácil para um PM ingressar na instituição. Vieira revela que existem pré-requisitos para que o "novato" seja aceito. Um deles é que o postulante tenha cinco anos de experiência no policiamento de rua. Além disso, é exigido uma conduta ilibada e, para os soldados, o comportamento tem que ser ótimo ou excelente.



Com um treinamento quase espartano, outro requisito é ter um grande controle emocional e, obviamente, físico. "Cada novato que vem para as Patres fica três meses em observação, em uma das equipes", disse Vieira. "Ele passa por mais de uma guarnição para ser avaliado, só então é aceito na Companhia", conta o major. "E somos rígidos não somente nesse aspecto, pois qualquer suspeita de desvio de conduta é o suficiente para desligarmos o PM da Companhia".



Condicionamento físico



As exigências físicas são tão essenciais quanto as emocionais. O expediente começa às 8h. Duas horas são reservadas para treinamento, tanto técnico, que compreende, entre outros, técnicas de abordagem, e físico, invariavelmente uma corrida ou prática desportiva ou, também, aulas de defesa pessoal. Tudo isso antes de partir para as missões.



O treinamento acompanhado pelo Correio foi realizado próximo à linha de tiro, zona Leste da Capital. O local, chamado pelos PMs de piscina seca, reproduz o ambiente de uma favela, com vielas e barracos. Locais que os policiais se deparam no cotidiano e de onde podem ser disparados tiros.



Com um sol forte, fazendo a temperatura ficar próxima aos 30 graus, os soldados, comandados pelo sargento Michel Pedroso, usavam todo o aparato usado nas missões. Dentro da "piscina seca" eles entraram em formação, com um protegendo os outros colegas, como se estivessem cumprindo uma missão em alguma favela. Ali, os soldados treinaram táticas de invasão de um local perigoso, fazendo manobras defensivas.



Com o calor, a exigência de um condicionamento físico ótimo demonstrou ser acertada. Diante de um obstáculo, foi feita uma escada humana, com um dos PMs escalando as costas dos colegas, com objetivo de transpor a barreira.







Fonte: Paulo Roberto Tavares / Correio do Povo



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